Brasil joga mal e empata com o México na Arena Castelão

Neymar caído em campo depois de sofrer falta logo
no início da partida (Foto: Jefferson Bernardes)

A partida entre Brasil e México pode ser equiparada a um filme de terror, não só pelas chances perdidas de gol, mas também pelo cenário que se apresentou para a seleção. Era o jogo que poderia nos dar a classificação, mas o que vimos foi um frustrante 0 a 0 na Arena Castelão.






O jogo na Arena Castelão começou em um clima de pura emoção, o hino cantado a capela pelos mais de 60 mil presentes realmente comoveu a todos que assistiam à partida tanto no estádio quanto na televisão. Mas o que parecia festa se transformou em drama para a seleção brasileira.

O jogo começou quente com o time mexicano indo para cima com Guardado e Peralta, mas o que mais impressionava a todos era a facilidade com que a seleção mexicana penetrava dentro da zaga brasileira. O time mexicano trocava passes com certa liberdade, porém errava no domínio e conclusão de jogadas.

Com os braços junto ao corpo, Ochoa sai do gol e salva
 conclusão de Paulinho (Foto: Getty Images)

A seleção brasileira começou a gostar do jogo e teve duas oportunidades com Neymar e Paulinho, mas ambos pararam na muralha chamada Ochoa. O arqueiro mexicano foi sem dúvida o nome da partida e salvou a seleção mexicana em quatro oportunidades. O primeiro tempo foi nervoso e o árbitro deixou passar alguns lances e entradas mais duras.

Certamente, a seleção mexicana teve a consciência de que se saísse para o ataque tomaria o gol e percebera que a melhor defesa era prender a bola na frente e não na defesa e foi aí que Giovanni dos Santos, filho de Mazinho, apareceu no jogo e começou a ditar o ritmo dentro de campo.

Ochoa busca no canto, perto da trave, a bola
cabeceada por Neymar (Foto: AP)

O Brasil pecava na saída de bola e errava muitos passes, Paulinho estava irreconhecível e mal tocou na bola e nas poucas chances de ataque que teve, desperdiçou todas. O primeiro tempo deixou claro que Neymar e Fred foram mal também, Neymar até teve alguns lances de perigo, mas exagerou nos lances com excesso de preciosismo.

Cabia ao México, arriscas de fora da área e o fez por diversas vezes com Peralta, Guardado, Vázquez e Giovanni dos Santos. Mesmo com as chances de gols claras o primeiro tempo caminhava para um 0 a 0 frustrante e não deu outra, o primeiro tempo terminou com um empate sem gols.

Mesmo com um primeiro tempo sem gols, a seleção brasileira não foi vaiada na saída para o intervalo, mas era visível que o torcedor queria mudanças para etapa complementar. E Felipão promoveu a primeira mudança, saiu Ramires e entrou Bernard para dar mais categoria e fluência ao jogo, não funcionou.

O segundo tempo começou e o jogo não mudou, pelo contrário. A seleção mexicana começou até melhor e pressionou o Brasil boa parte do jogo com chutes perigosos de Aguilar e novamente com Guardado e Giovanni dos Santos. Era uma espécie de "abriu, chuta" e como o Brasil abria a defesa.

Tudo dava errado, passes, lançamentos, nada dava certo. Neymar até que tentou puxar uma reação do Brasil quando o segundo tempo entrou na metade, mas era visível a falta de qualidade no último passe, no toque final. Fred parecia um mero espectador em campo, mal tocou na bola o jogo todo.

Logicamente, a seleção mexicana explorava os contragolpes em velocidade e tinha com Rafa Marquez o elemento surpresa nos chutes de fora, não fosse Thiago Silva e David Luiz o Brasil teria sofrido gols na partida de hoje. Mas os lances que mais impressionaram foram as duas defesas monumentais de Ochoa na etapa final.

Ochoa defende cabeçada à queima-roupa de Thiago Silva
aos 40 minutos do segundo tempo (Foto: Reuters)

O goleiro mexicano operou dois milagres em bolas alçadas na área da seleção do México. O cruzamento da esquerda por intermédio de Marcelo, a bola passou por todo mundo e sobrou para Neymar que ajeitou e bateu, mas o goleiro Ochoa salvou com a barriga. No lance seguinte, Neymar cobra escanteio e Thiago Silva sobe sozinho e cabeceia no centro do gol e lá estava Ochoa para salvar a seleção mexicana.

Sabendo da frustração que seria o empate, Felipão colocou Jô e Willian no lugar de Fred e Oscar respectivamente, mas nem os dois talismãs surtiram efeito e pouco produziram.

Mesmo com o eminente empate, a torcida brasileira deu um show de apoio e cantou “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” ao final da partida e mesmo com o empate, não ouvimos vaias a seleção e sim lamentação pelo empate. Com esse empate, o Brasil deixa de se classificar hoje e lutará na segunda-feira pela classificação em Brasília contra a seleção de Camarões.

Opinião: A partida entre Brasil e México foi repleta de chances de gol, mas ninguém conseguiu marca-lo e eu me pergunto, faltou qualidade? Faltou Raça? Faltou tática? Não meu amigo, faltou sorte. O goleiro Ochoa estava iluminado hoje no Castelão, parecia um super-herói que saltava como se tivesse um motor de propulsão em seus pés e salvava o México. A seleção teve quatro oportunidades de gol e em todas as quatro, esbarrou em Ochoa que bem colocado e com boa técnica, cresceu diante dos atacantes brasileiros. O Brasil jogou mal, não teve a mesma fluência do jogo contra a Croácia, não teve o mesmo ímpeto e faltou capricho nos momentos chave como em alguns contra-ataques. O Brasil precisa abrir o olho, pois na segunda teremos uma pedreira em Brasília, enfrentaremos a seleção de Camarões, que tem camisa e já aprontou em copas. Temos que jogar com raça e mais atenção, se não fosse Thiago Silva e David Luiz. Precisamos jogar com mais responsabilidade e não acharmos que ganharemos a copa só porque estamos em casa, à presunção é o maior ponto fraco dos grandes vencedores e começo a sentir que o Brasil está sendo um pouco presunçoso nesses dois jogos. Neymar, Fred, Paulinho e Daniel Alves não jogaram absolutamente nada, pareciam mais fantasmas em campo, mesmo fazendo algumas jogadas de efeito, acho que Neymar ainda exagera em alguns lances e foge da seriedade do jogo, mas por sorte ainda somos líderes do grupo. Agora nos cabe secar a seleção da Croácia e torcer por um empate entre Croácia e Camarões amanhã.

Forte abraço!!!
Bruno Godinho

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