Rivais da cidade de Madrid, Atlético e Real se enfrentam no principal jogo da temporada europeia (Foto: Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images Europe) |
Amanhã às 15h45min (horário de Brasília) entram em campo no Estádio
da Luz, em Lisboa, dois times madrilenos: Atlético e Real. Pelo segundo ano
seguido a final da UEFA Champions League será decidida entre dois times do
mesmo país, depois dos alemães Bayern e Borussia, mas dessa vez isto ocorrera
numa inédita final entre times da mesma cidade. E o opinião apresenta aqui o
que esperar deste grande jogo.
O Atlético
Jogadores do 'Atleti' comemoram o gol de Diego Costa, que os colocou na grande final (Foto: Clive Rose Moreno/Getty Images Europe) |
Surpreendente para todos, mas não para seus fieis torcedores
e para quem o acompanha de perto. A temporada do Atlético foi além do que qualquer
torcedor poderia esperar, venceu a Liga depois de 19 anos, eliminou grandes
equipes da Europa como Chelsea e Barcelona no percurso da Champions League, além
de vencer o campeonato contra o mesmo rival catalão, e em pleno Camp Nou na
ultima semana. Um doblete que coroaria esta como a maior temporada de sua
historia viria contra seu maior rival, não poderia existir cenário mais
propicio para um grande triunfo, mas pode ser que o destino esteja armando uma
peça, que acabaria em terrível tragédia. Chamado durante as transmissões das quartas de
final de “time de Libertadores” durante as transmissões da ESPN o apelido
pegou, já que o seu elenco somado ao sua torcida e seu grandioso técnico são uma
grande síntese do que é a competição sulamericana: Raça, superação e coração.
Diego Godin corre para comemorar o gol do titulo espanhol diante do Barcelona (Foto: Alex Livesey/Getty Images Europe) |
O Real
Jogadores do Real comemoram gol de Benzema no grande momento da temporada: As semifinais da UCL. Mais show dos galáticos na final? (Foto: Paul Gilham/Getty Images Europe) |
O Real é quase o oposto do Atlético: Rico, técnico, mais
frio. Começou a temporada sem mais atenção do que já deveria, não realizava
grandes feitos, visto que era sempre favorito. Conquistou a Copa do Rei contra
o grande rival Barcelona, conquista diminuída pelo seu bom momento no
campeonato nacional e no europeu, mas quando chegou às semifinais da Champions
League conseguiu provar que deveria mesmo ser favorito, mas não despercebido: Após
vitória por 1 a 0 em Madrid venceu o Bayern de Munique, considerado melhor time
do mundo até então em plena Allianz Arena por 4 a 0. Após a convincente atuação
nas semifinais, partiu em busca do campeonato espanhol, e sonhou com a tríplice
coroa. Após a derrota para o Celta fora de casa na penúltima rodada se virou
para a grande final, enquanto seu grande rival ainda teria outra decisão uma
semana antes, ante o Barcelona. Seguramente favorito o que pode ser um grande
fator emocional que pode pesar para bem ou para mal na grande decisão.
Entrando como franco favorito o Real conta com uma defesa
consistente, centrada em Iker Casillas, goleiro campeão mundial, experiente e
sedento por este titulo, uma lateral esquerda forte com Fabio Coentrão ou
Marcelo e uma zaga fortíssima, com um Sergio Ramos no melhor momento da
carreira, forte na defesa e eficiente no ataque, jogando ao lado do único porem
deste setor, o francês Varane, jogador muito jovem e que esta voltando de lesão,
pode ser por ai o caminho mais fácil para o seu rival marcar, a não ser que o
time entre com Pepe, zagueiro que melhorou muito o seu futebol com a saída do português
Jose Mourinho do comando, deixando de lado a brutalidade e focando em desarmes
precisos e boa saída de bola. A frente deles, Carlo Ancelotti conta com o
veterano Xabi Alonso para fazer a ligação com o extremamente efetivo meio-campo
merengue. Nomes como Di Maria, Bale, Modric, Isco e o melhor jogador do mundo e
artilheiro da competição Cristiano Ronaldo são quase uma garantia de gol, se não
deles, do seu sortudo centroavante, Benzema, que conta com seu bom
posicionamento aliado as excelentes jogadas dos quatro de trás para tentar
furar o forte bloqueio alvirrubro. Forte na defesa, mais ainda no ataque, milionário,
mas não tão coletivo e passional quanto seu rival, este será o Real Madrid da
final de Lisboa, um jogo sem previsão possível, onde só se pode esperar o
melhor do futebol, com os dois extremos frente a frente: À vontade e a
qualidade.