quarta-feira, 9 de julho de 2014

A copa em que o sete a zero ficou barato

Felipão durante coletiva antes da copa
Foto: Alexandre Loureiro/Vipcomm
A Copa do Mundo está perto do fim e o que ficou de negativo para o futebol e sociedade? Logo abaixo serão citados os "sete" erros cometidos por Felipão e seus comandados no vexame que chocou o país. O texto abaixo não tem qualquer tipo de perseguição a qualquer jogador ou integrante da comissão técnica, apenas vamos expor a verdade por trás desse vexame mundial.

Toda modalidade profissional tem como meta, alcançar objetivos, mas e se o objetivo pessoal for maior do que o objetivo coletivo? Toda empresa profissional ou microempresa tem como ponto inicial, o planejamento ou até mesmo um conselho competente (o que não é o caso da CBF) que analisa todo o planejamento tanto de faturamento como crescimento. O futebol como o mundo empresarial tem como obrigação, um planejamento detalhado e uma preparação adequada para que tudo que esteja combinado seja realizado sem percalços ou até mesmo "sustos" durante a realização do projeto. Tendo em vista que o futebol é um negócio e negócio é algo relativo ao empresariado, não só o simples jornalista que vos fala e até mesmo os colegas diplomados da profissão. Percebi e listei os sete erros da "família Scolari" e os explicarei detalhadamente para que o leitor possa entender e por si mesmo tirar suas conclusões para elucidar qualquer dúvida que ainda exista com relação ao amadorismo de quem comanda o futebol tupiniquim.

Primeiro erro: Escolha do treinador. Talvez o pior dos erros, a escolha de um técnico é crucial para o desenvolvimento de um projeto futebolístico. Afinal de contas, um treinador experiente e com excelente conhecimento técnico e tático é fundamental para montar as bases de um time vencedor. Felipão por diversas vezes, demonstrou não ter variação tática, mostrou diversas vezes estar obsoleto com relação a táticas e a treinamentos.

Segundo erro: Lista de convocação. A relação com os vinte e três convocados para a copa, foi a segunda maior causa do vexame nacional que assistimos ontem no Mineirão. Quando um treinador de uma seleção faz uma convocação, é evidente que ele tenha em mente jogadores a altura de vestir a camisa do Brasil e corresponder, tanto os titulares quanto os jogadores reservas. Felipão errou em quase tudo na convocação e ele mesmo chegou a declarar que se arrependia de não ter convocado certo jogador (que na minha humilde opinião, era o Robinho). Um dos maiores erros, se não o maior nesse quesito, foi a não convocação de jogadores experientes para fazer uma mescla com os mais novos. Outro erro foi convocar jogadores por puro clubismo. Convocar Paulinho que não está vendo a cor da bola tanto na seleção quanto no Tottenham da Inglaterra, quanto Henrique que defende o Napoli, foi um erro crasso que custou caro. Deixar de fora, jogadores como, Robinho, Ganso, Lucas? Quando um time não tem elenco, esse time "morre na praia", times como Cruzeiro (atualmente) e Corinthians (no passado) foram campeões porque tinham um plantel a sua mão, jogadores titulares e reservas que podiam fazer a diferença.

Terceiro erro: Falta de treinamentos táticos. Felipão em toda a preparação errou quase que "monstruosamente". Durante a preparação para a copa, o treinador permitiu treinos abertos à imprensa para que os jogadores pudessem se exibir em um festival de interesses comerciais. O treinador sempre escalou o Brasil com a mesma formação, sem ter uma variação na formação, para que em casos extremos (como a lesão que tirou Neymar da copa) o time não ficasse previsível. Com isso, o Brasil ficou sem versatilidade tática e se tornou uma seleção previsível, já que o time jogava em função do seu camisa dez.

Quarto erro: Preparação. Como disse acima, a preparação do Brasil foi feita a moda brasileira; oba-oba, muita brincadeira e pouco trabalho sério, treinos abertos e muito improviso. Fisicamente, a seleção parecia estar bem, exceto alguns jogadores como Paulinho e Fred, que não aguentavam jogar sessenta minutos e aos vinte do segundo tempo, já estavam "mortos" fisicamente. Toda modalidade esportiva, precisa de uma preparação de alto desempenho, oba-oba, rachão e malabarismos para a imprensa, foram a tônica da "pré-temporada" da seleção para a copa.

Quinto erro: Concentração. Uma seleção que disputa a copa, não pode e não deve quebrar a concentração dentro e fora de campo. Dentro de campo, os jogadores não cantavam o hino nacional e sim berravam o hino. Durante os jogos, a seleção demorava a se encontrar dentro de campo e sofria com os adversários mais bem preparados fisicamente, tecnicamente e psicologicamente para o jogo. Pós-jogo, a cada vitória ou até mesmo no empate contra a seleção mexicana, os jogadores tiveram folgas de um ou dois dias. Dentro de uma concentração, se não há comando, vira baderna. Até mesmo emissoras de TV tinham acesso aos jogadores e faziam programas como o dominical "Esquenta" da apresentadora Regina Casé, em que os jogadores apareciam em uma disputa musical comandada por um sambista que integra o programa, fora outras facilidades que a emissora global tinha para acessar os jogadores. Em uma preparação séria, esse erro é crasso e imperdoável.

Sexto erro: Arrogância e presunção. A presunção e arrogância foi a tônica dessa seleção antes e durante o mundial. Diversas vezes, tanto Felipão como Parreira, falaram em tom arrogante, que o caneco já era nosso e que o Brasil é a melhor seleção e o time a ser batido. Meus amigos. Quando o comandante age com arrogância, seus comandados se tornaram arrogantes, uma vez que os comandados seguem o exemplo do chefe. Por teimosia, Felipão não fez as mudanças necessárias para reverter o padrão de jogo superdependente de Neymar e com isso, cavou o buraco que o levaria junto com a seleção e o sonho de duzentos milhões de brasileiros para ralo. Parreira poderia e devia ter evitado isso, poder pra isso ele tinha, afinal era o coordenador técnico e tinha que ter alertado, mas a presunção e a arrogância cegaram nossos comandantes e jogadores.

Sétimo erro: Planejamento. Retomando o que disse acima, planejamento é a chave de todo sucesso de um projeto, seja futebolístico ou comercial. O Brasil teve sete anos para se preparar tanto na infraestrutura de estádios e mobilidade urbana, saúde, educação, quanto na montagem do elenco que nos representaria no torneio. Precisamos eliminar de vez essa cultura de fazer as coisas na última hora, seja no futebol, quanto na política. Precisamos entender que futebol é jogado com a frieza dos matemáticos, precisamos entender que emoção é para os torcedores, para os jogadores é a concentração e a emoção, somente deve ser aflorada na comemoração do gol ou da conquista. Precisamos resgatar nossas origens, nosso estilo de jogo, nosso futebol. O Brasil pode estar deixando de ser o país do futebol, nunca tivemos uma crise tão grande em qualidade técnica, oitenta por cento desse time, não iria nem engraxar as chuteiras de jogadores como Gerson Canhotinha de Outro, Zico, Sócrates, Pelé, Garrincha, Tostão e outros mais. Se continuarmos a "planejar" de forma amadora, continuaremos a colher os frutos pestilentos da arrogância e da soberba, continuaremos a colher lágrimas aos borbotões. Contudo, é hora de aprender com os erros das copas anteriores e nos reerguer par construir um novo futebol brasileiro.

* Vale ressaltar que o título da matéria é uma ironia, já que a atuação da seleção na copa foi nota zero.

(atualizado às 19:41)

Forte Abraço!
Bruno Godinho

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